O passageiro que viaja pela Webjet é o que mais sofre com o aperto das
poltronas dos aviões, enquanto a Avianca é a empresa que oferece os
assentos mais espaçosos.A Azul é a segunda melhor no ranking; TAM e Gol, as duas maiores companhias do setor, estão na média.
O raio-x do aperto nos aviões foi fornecido à Folha de S. Paulo pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pelas próprias empresas aéreas.A agência estabeleceu em 2010 a etiqueta Anac, para informar aos passageiros a distância entre as poltronas. São cinco categorias, de "A" a "E", da mais espaçosa para a mais
apertada. A etiqueta fica afixada na entrada da cabine de passageiros
--só os mais atentos notam.
O estudo que subsidiou a criação da etiqueta pela Anac mostrou que um
assento com distância superior a 71 centímetros atenderia a 95% da
população brasileira. Avianca e Azul têm todos os aviões nessa faixa; na
TAM e Gol, eles são a maioria na frota.
A média da TAM é puxada para cima por conta dos aviões que fazem voos internacionais, mais espaçosos. Na Webjet, 15 dos 28 aviões têm menos de 67 centímetros entre as
poltronas, o que os coloca na pior categoria, a "E". Todos são Boeings
modelo 737-300, alguns ex-Vasp e Varig, fabricados a partir da década de
1980.
Era em um deles que o advogado Valter Moreira da Costa Jr., 27, estava
há dez dias, em um voo de 1h e 40 minutos entre São Paulo e Brasília. De
tão apertado, o joelho dele tinha que ficar espremido para não encostar
na poltrona da frente. E o banco era travado, para não reclinar.
"Quando o voo é curto, prefiro a passagem mais barata, em vez da
poltrona espaçosa", disse. "Mas, em voos com mais de duas horas, se você
é grande como eu, a viagem vira uma tortura." O preço é justamente o nicho da Webjet. A empresa oferece passagens mais
em conta do que as concorrentes, em troca de aviões mais apertados e
serviço enxuto.Segundo a empresa, o aperto diminuirá com a renovação da frota para
Boeings 737-800, como os usados pela Gol. Há sete desses hoje.
Também como estratégia de mercado, a Avianca tem todos os seus 27 aviões
na faixa "A" da Anac, com distância entre assentos superior a 73
centímetros. A empresa diz que o espaço é maior: varia de 76,4
centímetros a 78,6 cm. A Avianca tem 5% de participação no mercado, a menor entre as que a Folha de S. Paulo comparou, segundo a Anac.
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