Um dos fatores que motiva os altos preços das tarifas e aumenta o tempo das viagens a partir de João Pessoa é ainda a baixa demanda de passageiros para o Aeroporto Castro Pinto. Com o turismo de lazer mais aquecido na Capital, resta investir na atração de eventos para impulsionar também o turismo de negócios. Segundo o gerente executivo de operações do Convention Bureau de João Pessoa, Ferdinando Lucena, ao atrair esse perfil de visitante à Capital, deverão ser criadas mais opções de voos em horários mais acessíveis, já que a maior parte das viagens operadas no Castro Pinto acontece pela madrugada.
“O turista que procura apenas lazer não se importa tanto com os horários dos voos. Por outro lado, o turista de negócios é mais exigente, porque tem um alto nível de conhecimento e alto poder aquisitivo. Por isso, muitos deles reclamam das condições oferecidas para chegar a João Pessoa, principalmente em relação aos horários. Mas esse é um problema não só de João Pessoa, porque o mesmo acontece em várias cidades do Nordeste, como Maceió (AL) e Natal (RN)”, avaliou Ferdinando Lucena.
As reclamações dos passageiros são frequentes porque diariamente existem apenas três voos que chegam a João Pessoa em horário comercial: às 11h10 (Rio de Janeiro), 14h50 (Brasília) e 17h50 (Fortaleza). Outros nove voos pousam e decolarm na Capital entre as 23h55 e 03h05. “Para quem viaja bastante a trabalho, assim como eu, é ruim porque chega tarde em casa e ainda tem que trabalhar cedo no dia seguinte. E fica ainda pior quando existe atraso para embarcar, deixando a viagem ainda mais cansativa”, lamentou o empresário Edilson Ferreira.
Segundo o gerente executivo do Convention Bureau de João Pessoa, a única forma de melhorar a malha aérea é gerar uma maior demanda de turistas. “O que precisamos é elevar a demanda e isso ajudará a melhorar a malha aérea, principalmente pela manhã, que é o horário mais ocioso no aeroporto. O problema é que não temos uma demanda como têm Salvador, Recife e Fortaleza”, afirmou.
Para Ferdinando Lucena, esse aumento da demanda deve acontecer a partir do próximo ano, com o pleno funcionamento do Centro de Convenções e mais adiante com a construção do Polo Turístico do Cabo Branco. O equipamento deverá dobrar a capacidade hoteleira de João Pessoa, que atualmente tem nove mil leitos. A área de 620 hectares está dividida em 19 lotes, que serão explorados pela iniciativa privada e resultará em investimentos de aproximadamente R$ 190 milhões, conforme previsão da presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ruth Avelino.
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