O ano de 2012 será de mudanças na aviação comercial brasileira. Um novo cenário poderá surgir. A primeira delas é a possibilidade de fusão da Gol com a Webjet. Os seus reflexos poderão ser maiores que o inicialmente imaginado. A Web é um fenômeno. Completa agora em janeiro a marca de 14 milhões de passageiros transportados. É uma marca identificada com preços baixos e conseguiu avançar em um segmento de mercado onde voa sozinha. Fidelizou a classe C e D, popularizando o transporte aéreo e levando o passageiro a trocar o ônibus pelo avião.
Ao namorar e quase noivar com a Ryanair, a Web radicalizou no Brasil o modelo low cost. Até água é cobrado a bordo. Os aviões vivem cheios porque as regras da passagem superbarata são claras. A Gol há muito tempo abandonou o modelo original. A única que teve coragem para se radicalizar foi a Webjet, que criou um novo mercado e, se sair, vai deixar esta lacuna para outra entrante. O quartel general da empresa possui apenas 300 funcionários, funciona em um único andar no aeroporto do Galeão.

Outra empresa que deve surpreender em 2012 é a Avianca. A chegada dos Airbus 320 deu musculatura à companhia, agora focada no Nordeste. Algo parecido com a Transbrasil na década de 80. Os voos da Ponte Rio-São Paulo já são um sucesso. A contratação de Tarcísio Gargioni deixou a empresa mais próxima do mercado.
Já, a Azul esquenta os motores para entrar nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas. A direção da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já anunciou que estabelecerá nova regras para operações nestes dois aeroportos. A necessidade de estabelecer uma concorrência real para a Gol e a TAM deverá beneficiar a Azul como a terceira força do mercado. A empresa ganha uma musculatura em novos mercados, operando os ATRs. É incompreensível que os passageiros fiquem privados dos serviços da empresa nos dois aeroportos mais importantes do País. O excesso de regulamentação pune exatamente aquela que está conquistando o mercado pela qualidade e pelo preço. Quem perde é o passageiro.

Sem dúvidas, 2012 será um ano emocionante para a aviação e no qual o passageiro poderá sair lucrando com o acirramento da concorrência.
Cláudio Magnavita
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