sábado, 22 de outubro de 2011

No Aeroportos Brasil o Dia do Aviador é todo dia

Para comemorar o Dia do Aviador, começamos desde já as homenagens, trazendo para os leitores um resumo da tragetória de vida do Pai da aviação mundial - Santos Dumont. A comemoração deste dia tem como duração 24h, sendo encerrada amanhã a noite.. Confiram!

Dia 23 de outubro é Dia da Aviação ou Dia do Aviador, pois neste mesmo dia, no ano de 1906, um jovem sonhador mostrou ao mundo que o homem poderia voar em uma máquina mais pesada que o ar. Por todos os cantos do Brasil, se indagados sobre quem inventou o avião, certamente todos responderão: Santos Dumont. Entretanto, no resto do mundo não há uma unanimidade quanto à questão; muitos atribuem aos irmãos Wright, se não a invenção, pelo menos a autoria do primeiro vôo.

A controvérsia sobre quem foi o pai da aviação é tão antiga quanto inútil. Afinal, foi uma época de tantas descobertas tecnológicas que convergiram para aquele determinado momento, quando o homem finalmente descobriu como voar utilizando unicamente os recursos do próprio aparelho. Registros históricos sobre as realizações de Santos Dumont mostram que havia uma livre troca de idéias entre os pioneiros da aviação, com exceção dos americanos irmãos Wright, que faziam suas experiências em segredo com o intuito de patentear e vender os direitos, ao seu país ou a qualquer governo estrangeiro disposto a pagar uma boa quantia em dinheiro.

A idéia de criar máquinas voadoras sempre exerceu verdadeiro fascínio sobre os inventores de todos os tempos, a exemplo de Leonardo da Vinci que arquitetou uma máquina voadora em pleno século XV. O nosso herói encontrou inspiração ainda criança nas páginas mágicas dos livros de Júlio Verne. Aos 19 anos ganhou sua emancipação e boa parte de sua herança para estudar engenharia na França. Lá projetou, construiu, testou e demonstrou publicamente seus modelos de aviões e balões, motivando outros inventores a seguirem os caminhos descobertos por ele.

A nós, brasileiros, não resta dúvida que a aviação a motor começou na Europa, sobretudo na França, com a essencial contribuição de Santos Dumont. Sua contribuição foi fundamental por duas razões: primeiro porque ele resolveu uma questão essencial do vôo, que era tirar o avião do chão, coisa que os irmãos Wright não conseguiram. Segundo porque ele executou isso publicamente, reconhecido por uma comissão internacional. Resumindo, os Wright podem até ter voado antes, mas Santos Dumont contribuiu muito mais para o desenvolvimento da ciência tecnológica e das técnicas de vôo. Se o título de "pai do avião" é exagero, a de "pai da aviação" é mais que justa. É justíssima!

A obstinação do jovem Dumont pelo desejo de voar, seus ideais e sonhos em contraste com sua reclusão, sem falar na profunda depressão, nos seus últimos anos de vida mostram o desencanto e a desilusão de um inventor ao constatar o bárbaro destino da sua maior criação, transformada em instrumento de morte e guerra.

Ele imaginava que, no futuro, os aviões seriam como carros populares, acessíveis a todos. Em seus escritos “O que eu vi o que nós veremos” ele fala de suas frustrações ao perceber que suas opiniões, quanto ao rumo que deveria tomar a aviação no Brasil, para o governo da época eram menos valiosas que para os americanos. Em vários países, os aviadores precursores, mesmo sem voar, eram utilizados pelo governo para a organização e construção da aeronáutica, o que não acontecia no Brasil.

Em dezembro de 1928, Santos Dumont presenciou a morte de vários amigos que pretendiam prestar-lhe uma homenagem a bordo de um hidroavião batizado com o seu nome. O avião caiu no mar, após uma manobra desastrada, não deixando sobreviventes. Após participar das buscas pelos corpos, ele recolheu-se em profunda depressão.

Seus pedidos para que não houvesse guerra entre brasileiros também não foram levados em consideração na Revolução Paulista em 1932, onde também foram utilizados aviões. Em 23 de julho deste mesmo ano, Dumont põe fim à própria vida.

Alguns dizem que seu suicídio foi motivado por uma desilusão amorosa. Mas, creio eu, que a visão distorcida de tudo o que sonhou, ver amigos queridos morrerem tão tragicamente, ver seu maior invento ser usado para metralhar civis e bombardear cidades no seu próprio país foi demais para o coração de um sonhador. Talvez, não por acaso, a sua certidão de óbito dava como “causa mortis" um suposto "colapso cardíaco", afinal não ficava bem o herói nacional ter cometido suicídio.

              Marlene Bastos                                                                                  W.S.F.
                  Autoria                                                                          Presidente Aeroportos Brasil

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