Mesmo abrindo para pousos e decolagens em seu horário normal, às 6h
desta quarta-feira (13), o aeroporto de Congonhas registrava altos
índices de voos cancelados e atrasados por volta das 9h, reflexo dos
problemas enfrentados nesta terça-feira (12), quando as operações foram
suspensas pela manhã e à noite devido à neblina. Diversas pessoas que
tinham voos marcados para a noite desta terça acabaram dormindo no
aeroporto, e voltaram a enfrentar dificuldades nesta manhã.
Segundo o último balanço da Infraero, entre 6h e 8h Congonhas tinha 32
partidas programadas. Destas, 13 foram canceladas, o que corresponde a
40,6%. Outras 8 sofreram atrasos, ou 25%. As operações eram feitas com o
auxílio de instrumentos. Com o fechamento do aeroporto na noite de
terça, muitas aeronaves que deveriam estar em Congonhas nesta manhã não
passaram a noite no aeroporto. Com isso, foi preciso cancelar voos nesta
manhã.
Duas mulheres que embarcariam para Belo Horizonte por volta das 20h37
de terça permaneciam no aeroporto na manhã desta quarta. A aposentada
Maria da Conceição Gatti, de 72 anos, veio com a sobrinha Arina Lopes de
Lima, de 32 anos, para o enterro de uma familiar em São Paulo.
“Nós nem aguardamos a cerimônia de cremação porque tínhamos o voo
programado e acabamos passando a noite nesses bancos do aeroporto”,
contou. Ela tem osteoporose e artrose e não trouxe os remédios, porque
passaria apenas um dia na capital paulista. “Estou sem mala e sem os
meus remédios. Não tinha nem agasalho para passar a noite assim. Estou
cheia de dores. Não consegui fechar o olho.”
Arina, que também não trouxe mala, também estava exausta e reclamou do
atendimento da Gol. Segundo ela, a companhia não ofereceu alojamento
para as duas. “Disseram que nos pagariam um táxi. Argumentei que eu não
tenho casa em São Paulo e eles disseram que a prioridade era para os
passageiros que estavam em conexão”, disse. “Nem lanche eles pagaram”,
disse a aposentada. “Eu tenho dois filhos, um de 4 anos e um de 1 ano e
meio. A sorte é que a minha sogra me ajuda e ficou com eles até o meu
marido voltar do trabalho. É muita falta de respeito”, disse.
De acordo com a Gol, cerca de 2 mil passageiros precisaram de algum
tipo de atendimento desde terça. Cerca de 200 vagas de hotel foram
ocupadas por passageiros da companhia. Ainda segundo a empresa, a
maioria deles era de São Paulo. Para esses, a empresa custeou as
despesas com o táxi para que voltassem para casa. A Gol estima que 30
passageiros tiveram que passar a noite no saguão do aeroporto, porque,
apesar dos esforços, a empresa não conseguiu localizar mais vagas
disponíveis em hotéis no município. A respeito das passageiras que
conversaram com a reportagem, a companhia ainda não se manifestou.
Fonte: G1
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