Como era de se esperar, o aeroporto estava um pouco mais "agitado" do que o normal. Apesar do trânsito e do maior fluxo de passageiros, isso acabou não influenciando muito a minha viagem. Isso porque já havia realizado meu check-in diretamente pelo site da TAM na noite anterior. Aliás, ponto positivo para a companhia neste aspecto. O web check-in da empresa funciona de maneira exemplar: até com bilhete físico é possível imprimir o cartão de embarque, basta informar o localizador da reserva.
Com o cartão de embarque na mão, tratei apenas de me dirigir ao balcão de check-in da empresa para despachar minha bagagem. No aeroporto de Frankfurt a TAM disponibiliza três balcões de check-in para a classe econômica, um para a classe executiva, um para a primeira classe e um último destinado exclusivamente a clientes que realizaram o check-in pela internet e precisam apenas entregar sua bagagem. Quando cheguei, o balcão marcado para o web check-in ainda não estava funcionando, portanto me dirigi para o balcão da classe executiva. Havia apenas uma pessoa na fila e em menos de dois minutos a funcionária da TAM já estava etiquetando minha bagagem e conferindo os detalhes do portão de embarque e o horário para me apresentar. Perfeito: rápido, eficiente, cordial e tudo com um sorriso no rosto.
O embarque sofreu um pequeno atraso e foi realizado as 21h25 de maneira rápida e organizada. Anúnicios perfeitos, tanto em português como em alemão. No entanto, faltou o anúncio em inglês. Aliás, o anúnico para passageiros com necessidades especiais, idosos e gestantes foi o único a ser feito em inglês. Num aeroporto que é considerado o principal hub de conexão da Europa com 70% dos passageiros sendo de conexão, é imperativo que todas as chamadas também sejam anunciadas em inglês.
Embarquei no Mike União Charlie e tratei de me acomodar no meu assento, 12A, assento-cama localizado na última fileira do segundo compartimento da classe executiva. A primeira impressão da aeronave não poderia ser melhor: estava imaculada, tanto por fora como por dentro. O Triplo Sete que me levaria de volta a São Paulo é da safra de 2008, portanto um jato relativamente novo. Após ter me acomodado, a tripulação ofereceu um drink e um snack de boas-vindas: champanhe, suco de laranja ou água para beber e uma seleção de salgados. Tudo dentro dos conformes.
Nossa decolagem foi autorizada e as 22h45, a tripulação técnica liderada pelo Comandante Brasil gentilmente aplicou potência aos dois gigantes GE90-115B e 44 segundos depois o grande Boeing da TAM tomava os céus, iniciando sua ascensão ao nível FL350. Sempre me surpreendo com a incrível performance do Triplo Sete. Subimos diretamente ao nosso nível de cruzeiro inicial, sem o famoso step-climb utilizado pelos Airbus A340. Do lado de fora, mesmo as 23h15, em pleno verão europeu, ainda era possível ver a luz iluminando as nuvens.
Logo após nosso jato ter estabilizado no nível FL350, foi iniciado o serviço de bordo. Ainda antes da decolagem havia escolhido "Filet Mignon ao Molho de Vinho Tinto servido com Purê de Batatas, Cenouras e Abobrinha" mas não havia a bordo e acabei optando pelo "Filet de Frango ao Molho Pesto servido com Batata e Ratatouille". Como acompanhamento, pedi um vinho tinto espanhol: Bodegas Protos Reserva. Aliás, a TAM oferece em sua carta de vinhos um champanhe, um vinho branco, dois vinhos tintos e algumas outros destilados, licores e coñacs selecionados. Corretíssimo para um voo intercontinental.
É a terceira vez que fazia a rota Frankfurt-São Paulo na executiva da TAM e o serviço de bordo da TAM sempre me chama a atenção por um motivo: na classe executiva os passageiros são servidos "à la carte", como se estivessem em um restaurante, não passam com os famosos trolleys. Um detalhe simples que faz toda a diferença ao meu ver. Voltando ao voo, o jantar estava excelente, e a sobremesa - um baita diferencial para chocólatras como este que vos escreve - ainda melhor: a mousse de chocolate com laranja ao molho de framboesa é simplesmente maravilhosa. Perfeito!
Finalizado o jantar, comecei a fuçar pelo sistema de entretenimento de bordo AVOD (Audio and Video on Demand) da empresa, chamado "TAM nas nuvens". A opção de filmes não é das melhores, mas também não chega a incomodar, mesmo porque apesar do voo ser longo, é um voo noturno e a maioria das pessoas optam por descansar e dormir. Afim de descontrair um pouco e começar as férias dando risada, resolvi assistir "The Hangover". Para a minha surpresa, a imagem e o som eram em alta definição. Talvez não lembrasse das minhas últimas viagens, mas foi um agradável surpresa.
Apesar do excelente produto e o maravilhoso serviço de bordo, ainda existe muita coisa que pode e deve ser melhorada. Assim por exemplo, tive que levantar do meu assento e retornar a bandeja de sobremesa, pois a tripulação aparentemente esqueceu de retirá-la. Em qualquer classe de serviço isso é inaceitável, numa classe executiva então, inadmissível. Pior, quando retornei a bandeja, não houve reação por parte da tripulação. Parecia ser a coisa mais natural do mundo. Fica aí a dica para a TAM: erros deste tipo não podem acontecer.
Voltando ao assento, era hora de dormir. Reclinei o assento que logo virou uma cama. Tudo bem, uma cama ligeiramente inclinada, mas ainda muito confortável. Tudo dentro dos conformes, no entanto, a TAM possui algo que realmente a diferencia da concorrência: o travesseiro e o edredom. O travesseiro da TAM é algo fora do comum e faz a diferença na hora de descansar. Queria levar um desses para casa!
Dormi praticamente até a hora do pouso. Tomei uma opção "express" do café-da-manhã, optando apenas pelo prato frio com um pãozinho, algumas poucas frutas, algumas fatias de frios e um pote de iogurte de amarena. A TAM ainda oferece uma refeição mais completa, quente, mas preferi ficar na versão "light", acompanhado apenas de um suco de laranja.
Instantes após a tripulação ter recolhido todas as bandejas, já iniciamos o procedimento de aproximação ao Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro de São Paulo/Guarulhos. Em poucos minutos sobrevoávamos uma São Paulo encoberta. Trem de pouso baixado e travado. Nosso pouso foi autorizado pela pista 09R. O Comandante Brasil realizou um pouso extremamente suave e o gigante da TAM tocou o solo tupiniquim às 05h14 da manhã, ligeiramente adiantado. Livramos a pista e nos dirigimos para nossa posição de parada. Para minha surpresa, apesar do pátio estar vazio e o Triplo Sete da TAM ser um dos maiores jatos a pousar no aeroporto a esta hora da manhã, a INFRAERO nos designou um posição de pátio na remota, ao lado do terminal de carga. Pior, ao olhar pela janela da aeronave, identifiquei apenas um único ônibus para levar aproximadamente 260 passageiros ao terminal. É, estava no Brasil novamente...
Tive a sorte de estar na classe executiva e consegui embarcar no único ônibus disponível sem maiores atrasos. Fomos levados ao desembarque internacional do Terminal 2. Tendo em vista que apenas um outro voo intercontinental havia desembarcado seus passageiros no Terminal 2 até este momento (o Airbus A340-300 da Lufthansa proveniente de Munique), passar pela imigração levou pouco tempo e em apenas cinco minutos já estava na esteira aguardando a minha bagagem. Quinze minutos depois as malas do nosso voo já estavam rodando. Mas, ao procurar minha bagagem uma surpresa: apenas as malas da tripulação da TAM haviam sido colocadas na esteira. Erro grave. Passageiros de primeira classe, classe executiva e detentores do status "Star Alliance Gold" deveriam receber tratamento prioritário, como é praxe nas outras companhias aéreas. O bom senso dita que a bagagem da tripulação deve ser retirada separadamente da aeronave, após todas as malas dos passageiros terem sido disponibilizadas nas esteiras. Aproximadamente dez minutos depois das malas da tripulação circularem na esteira, foram disponibilizadas as primeiras malas dos passageiros, entre elas, a minha. Até o próximo embarque!
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