A Webjet Linhas Aéreas Econômicas pretende aumentar a frota, hoje de 23 aeronaves, para 58 aviões até 2015, com os recursos que serão captados na sua abertura de capital. Em 2011, a empresa acrescentará sete aviões. No ano que vem, serão mais oito aeronaves, até chegar em 2015 com a frota multiplicada.
A empresa apresentou ontem à CVM o prospecto preliminar da distribuição pública primária de certificados de depósitos de ações (units), dando início ao processo de oferta inicial de ações, conforme havia antecipado a reportagem do Valor. As units serão negociadas no Nível 2 da BM&Bovespa, que estabelece regras diferenciadas de governança corporativa. Com essa iniciativa, a Webjet antecipa em um ano seus planos de fazer abertura de capital e sai na frente da concorrente Azul na corrida para a estreia na bolsa. Segundo apurou o Valor, a Azul, do empresário David Neeleman, espera abrir o capital até o fim de 2011.
Com a oferta, a Webjet continuará a ser controlada pelo GJP, cujo acionista controlador é o empresário Guilherme Paulus, fundador da CVC, a maior rede de turismo do Brasil. Paulus vendeu cerca de 60% da operadora no início de 2010 para o fundo de private equity Carlyle, por R$ 700 milhões. O prospecto informa que, hoje, a Webjet é a empresa aérea brasileira de menor custo e menor tarifa nos mercados em que atua, espelhando-se em modelos de negócios "low cost" (baixo custo) de companhias bem-sucedidas, como a irlandesa Rayanair. Com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Webjet registrou taxa de ocupação de 76% em 2010, ante a média de 69% no mercado brasileiro.
A oferta inicial de ações da Webjet ocorre depois da implementação de um agressivo processo de corte de custos e reposicionamento da malha aérea, com novos destinos de voos. Na reestruturação, a receita líquida passou de R$ 472,7 milhões em 2009 para R$ 763,5 milhões em 2010, crescimento de 61,5%. No ano passado, o lucro líquido foi de R$ 21 milhões. Segundo apurou o Valor, foi o primeiro ano de resultado positivo desde a fundação, em 2004. Em 2008 e 2009, os prejuízos foram, respectivamente, de R$ 70 milhões e R$ 80,7 milhões.
O objetivo da empresa é crescer em cidades com alta demanda de passageiros, mas pouco atendidas pelos concorrentes.
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