quarta-feira, 9 de março de 2011

Brasil cresce e aéreas decolam

A soma de ingredientes como o surgimento de uma nova classe média no Brasil e o fraco desempenho econômico dos chamados países desenvolvidos colocou o país de vez na posição de protagonista na América Latina no quesito oportunidade de negócios. Não à toa, os olhos das grandes companhias aéreas internacionais estão voltados para cá. Enquanto nos mercados dos Estados Unidos e da Europa as empresas já não têm mais como crescer e muitas registram prejuízo, aqui, a demanda reprimida - o mercado de aviação nacional cresce 24% ao ano, o dobro do verificado na China - agora leva milhões de consumidores com dinheiro no bolso a buscarem o exterior como roteiro de viagem, muitos pela primeira vez.

O exemplo mais emblemático é o da portuguesa TAP. Os brasileiros foram os responsáveis pelo salto no faturamento da companhia, de 1 bilhão de euros para 2,5 bilhões de euros, ao longo dos últimos dez anos. Hoje, Lisboa funciona como um grande hub (centro de distribuição) tanto para passageiros nacionais que vão para a Europa como para europeus que vêm para o Brasil. Depois da Europa, o país é o lugar com maior número de negócios da companhia aérea. Os números não mentem - os europeus respondem por 37% dos resultados da TAP; os brasileiros, por 35%; e os africanos, por 16%.

A TAP é a companhia que mais voa entre Brasil e Europa, com rotas para nove cidades brasileiras e, a partir de 12 de junho, Porto Alegre (RS) será a décima. Dentro da receita total da empresa, 35% das passagens foram vendidas no Brasil e 7%, em Portugal. O sucesso no mercado brasileiro é um dos principais atrativos para os investidores interessados na privatização da companhia, processo aguardado para os próximos meses. Recentemente, chegaram a circular rumores de que a Gol estaria interessada em comprar a TAP. Mas a empresa brasileira não confirma a informação.


A americana Delta Airlines também está determinada a conquistar o mercado nacional. ´A Delta voa para 54 cidades na América Latinae Caribe, mas, sem dúvida, o Brasil é o mercado mais importante na região`, diz Nicolas Ferri, vice-presidente para a América Latina e Caribe da Delta. Dos 66 países para os quais a empresa oferece rotas, o Brasil é o quarto colocado em vendas, atrás de Japão, Alemanha e Reino Unido.

No ano passado, Delta e Gol anunciaram um acordo entre os programas de milhagem SkyMiles e Smiles, o que permitiu aos clientes o acúmulo e o resgate de milhas em ambos os programas. O simples fato de a aérea americana ter criado, neste ano, o posto de vice-presidente da América Latina evidencia a importância da região no cenário internacional. Trata-se de um cargo relevante cujo titular se reporta diretamente ao presidente da companhia. ´A Delta reconhece que o crescimento do setor no mundo ocorrerá não necessariamente nos EUA, mas além das nossas fronteiras. Por isso, queremos começar 2011 com uma nova abordagem aos brasileiros`, revela Ferri.

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