quinta-feira, 10 de março de 2011

Embarque: Air Canadá Linhas Aéreas (YYZ/GRU)

Nosso Embarque de hoje, será no trecho Toronto - São Paulo, operado por Air Canadá. Confira:

Muito bem impressionado com a sala VIP, estava bem disposto na hora do embarque, que ocorreu por volta de 22h20, no portão 175. Prioridade para embarque da Classe Executiva claramente identificado. Ao entrar a bordo, mesmo padrão atencioso de tratamento, logo ofereceram-se para pendurar meu paletó. Drinque de boas vindas, cardápio distribuido, pedidos anotados ainda em solo.

Os 316 passageiros finalmente foram acomodados no confortabilíssimo 777-333ER. O horário previsto de partida, 23h00, chegou e nada de sairmos do portão. Uma pane técnica no sistema de entretenimento, tão comum em aeronaves novas como esta, atrasou o voo 90. Mas não muito: as 23h16, o trator empurrou o maior birreator do mundo para o pátio. Motores GE 90-115B girando, iniciamos o taxi as 23h22 para a pista 23, para cumprir a SID Lester 7. Uma noite linda em Toronto: a lua brilhava, temperatura de zero grau, amena para a estação. Alinhamos e partimos as 23h40. Repare que, com a pista seca, a V-1 tem pouca diferença da V-R. Isso se deve ao fato de que a velocidade de decisão (V-1) pode ser maior, pois, em caso de decolagem abortada, o asafalto seco colabora no desempenho de uma eventual frenagem de emergência. Com pista molhada, como ocorreu na partida de Guarulhos, a V-1 (Decision Speed) é sempre significativamente menor que a V-R ou Rotation Speed. 

Subimos sem restrição ao nível 340, o Boeing pesando 303 toneladas, com 216.900 de ZFW - Zero Fuel Weight, ou peso total sem considerar o combustível. O Triplo Sete levou 86.1 toneladas de Jet A-1, quatro toneladas a menos que o voo na ida. Tempo estimado de voo de 09h15 minutos até GRU.

Enquanto subíamos em rota, examinei o cardápio: Vieiras e mouse de truta defumadas ou queijo de cabra com chutney de figo como entradas. Pratos principais: Uma combinação de carne de veado, lombo de porco e linguiça de faisão com maçã ao molhode mostarda em grãos, risotto de cogumelos e legumes mistos; filé de frango na manteiga com Maple Syrup e ratatouille de batata; ravioli de queijo de bara e legumes. Sobremesa: uma dacquoise de caramelo ou frutas frescas. A carta de vinhos foi a mesma do voo de ida. Completando as libações, Vodka Smirnoff, Gin Bombay Sapphire, Johnnie Walker Black Label, Crown Royal Canadian Whisky, Jack Daniels (Bourbon) e Bacardi White. Licores: Bailey's Grand Marnier, Cognac Courvoisier VSOP. Muito bom.

Como era de se esperar, a qualidade das refeições no voo de volta foi flagrantemente superior à do voo rumo norte, de ida. O padrão de catering da empresa em sua sede no Canada não poderia mesmo ser comparado ao seu similar no Brasil. Portanto, se já havia jantando relativamente bem na ida, desta vez a experiência foi ainda melhor. O jantar foi servido depois da meia noite, as 00h30. Agradou muitissimo, e foi completado por um chá e um Bailey's antes de pregar as pestanas.

Não me fiz de rogado. Como na ida, findo o jantar, ao toque de um botão, a poltrona transformou-se num confortável e amplo leito, onde estiquei-me e dormi profundamente por, acredite, quase sete horas. Faz diferença o leito 100% horizontal: o relaxamento é sensivelmente melhor. Tanto é assim que dormi até iniciarmos a descida para Guarulhos. A noite fechada na primeira etapa não permitiu constatar os pontos mais interessantes sobrevoados: O aeroporto de Kennedy, em Nova York; Bermuda, e Antígua, no Caribe; de lá, voamos direto para Boa Vista, Brasília e Pirassununga, antes de entrar na aproximação STAR Tuca para a pista 09R. Tocamos suavemente em solo as 11h52, perfazendo o trajeto em 09h12 e, no final das contas, chegamos apenas 12 minutos depois do horário previsto. 

Avaliação: notas vão de zero a dez.

Reserva: Nota 7.
Eficiente, mas fui atendido com pouca cortesia pelo pessoal de reserva. Fazendo perguntas sobre a configuração interna, a atendente, visivelmente ansiosa em me despachar, me "sugeriu que eu fosse ao site da companhia, afirmando: "Vá no nosso site para ver como é o interior da aeronave, ok?"
Check-In: Nota 10.
Ágil, muito simpático, perfeito. Em Newark, feito em um terminal, em segundos.
Embarque: Nota 10.
Ordenado, perfeitos, com prioridade para a Classe Executiva.
Assento: Nota 10.
Um dos melhores que já provei. Padrão de primeira classe, cama 100% horizontal.
Entretenimento: Nota 9.
Excelente. Rádio a bordo, monitores LCD grandes, AVOD, revista correta.
Serviço dos comissários: Nota 10.
Além de muito eficientes, sobrou simpatia, como há muito não via.
Refeições: Nota 8.
Gostei. Voo na volta sensivelmente melhor.
Bebidas: Nota 8.
Vários rótulos diferentes, boas descobertas do Novo Mundo.
Necessaire: Nota 9.
Completa, moderninha, prática.
Desembarque: Nota 10.
Todos bons, bem organizados.
Pontualidade: Nota 10.
Apesar de pequenos atrasinhos na saída, três dos quatro voos chegaram antes do previsto e o último, com um atraso desprezível.

Já havia voado algumas vezes antes na Air Canada e as impressões haviam sido as melhores possíveis. Portanto, a expectativa para este Flight Check era alta. Não posso deixar de afirmar que ainda assim, os voos analisados superaram todas as mais otimistas expectativas. O 777-333ER, moderníssimo, conta com uma classe executiva que merece seu nome: Executive First. Na prática, para ser mesmo uma primeira classe, só poderia dizer que faltaria o Caviar e uma seleção mais abrangente de vinhos. Mas pelo preço pago, trata-se de um excelente negócio.

Destaco como pontos extremamente positivos: o atendimento exemplar (em solo e a bordo) e, extremamente importante em voos longos, o conforto e a privacidade que essas novas poltronas permitem. Desta maneira, não hesito em recomendar a Air Canada como uma excelente opção para sua próxima viagem ao Canadá, América do Norte ou extremo oriente, mercados nos quais a companhia dispõe de ótimas conexões.
  

                       Gianfranco Beting                                                          W.S.F.
                              Autoria                                                  Presidente Aeroportos Brasil
 

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